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MPs apuram agressões contra pessoas em situação de rua durante prévias de carnaval em Maceió

Reunião discutiu providências para proteger vítimas e responsabilizar agentes envolvidos

07/03/2025 às 11h52
Por: Redação Fonte: MPF
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Foto: MPF
Foto: MPF

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Alagoas (MP/AL) vão apurar denúncias de agressões policiais militares contra pessoas em situação de rua ocorridas durante o Jaraguá Folia, no último dia 21 de fevereiro.

Promotores se reuniram com representantes do movimento de pessoas em situação de rua, da Justiça Federal em Alagoas (JFAL) e do Programa Nacional de Proteção de Defensores de Direitos Humanos, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), para formalizar as denúncias.

Na ocasião, integrantes do movimento participaram do primeiro Bloco da Inclusão da População em Situação de Rua de Maceió, chamado “Pule de Boa”, que foi organizado com recursos arrecadados pelos próprios participantes, com apoio da Prefeitura. O evento, que simbolizava uma conquista histórica para a visibilidade e o respeito às pessoas em situação de rua, foi interrompido por violência policial.

Reunião Pop RuaParticiparam da reunião, pelo MPF, o procurador regional dos direitos do cidadão, Bruno Lamenha; pelo MP/AL, a promotora de Justiça dos direitos humanos, Alexandra Beurlen; e pela Justiça Federal, o coordenador do Comitê Pop Rua Jud, juiz federal Antônio José Araújo.

Agressões e violações de direitos humanos

Entre as vítimas está Rafaelly Machado, coordenadora nacional do movimento de pessoas em situação de rua, que foi severamente agredida física e verbalmente por policiais. Testemunhas relataram que, além da violência física, Rafaelly foi insultada por sua orientação sexual, identidade de gênero e por sua atuação como defensora dos direitos humanos. Andrezza Lima, também integrante do movimento e presente à reunião, foi agredida com cassetetes e spray de pimenta.

Segundo os relatos, após as agressões, os policiais permaneceram no local para intimidar os participantes. Rafaelly denunciou que passou a receber ameaças, teve sua casa monitorada por veículos suspeitos e precisou restringir suas atividades por medo de novas agressões.

Providências e medidas de proteção

Durante a reunião, representantes do Programa Nacional de Proteção de Defensores de Direitos Humanos confirmaram que já iniciaram as providências para proteger Rafaelly e os demais membros do movimento, com a elaboração de um plano de proteção que será analisado em reunião presencial na próxima semana.

O MPF e o MP/AL solicitaram a adoção de medidas urgentes para responsabilizar os agentes públicos envolvidos, bem como a implantação de câmeras corporais para monitorar a atuação policial.

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