O Estado de Alagoas, precisamente a cidade de São Miguel dos Campo, vai receber a primeira unidade industrial brasileira de beneficiamento de etanol. Nesta segunda-feira (27), o vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, esteve no estado para lançar o Complexo de Biorrefinarias Integradas de Biocombustíveis Sustentáveis Avançados - EXYGEN I.
Ao lado do vice-presidente, o ministro dos Transportes, Renan Filho, também participou da solenidade. Também marcaram presente no evento o governador de Alagoas, Paulo Dantas, a Secretária de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (SEDICS), Alice Beltrão, o deputado estadual Dr. Wanderley e o prefeito da cidade, George Clemente.
A EXYGEN I é resultado de uma parceria entre GranBio, Usina Caeté, Usina Santo Antônio e Impacto Bioenergia, com apoio do Governo de Alagoas, e se torna a primeira biorrefinaria brasileira de etanol. O projeto está previsto para receber investimentos de R$ 1,5 bilhão até 2028 para produção de etanol, biometano e biofertilizantes neutros em carbono.
Em sua fala, Renan Filho destacou que a iniciativa vai produzir energia barata de forma inovadora e que representa um ganho para o Estado de Alagoas.
"Nós vamos manter o diferencial competitivo que é a energia barata, com segurança de estoque e com capacidade inovadora. É essa Alagoas que a gente precisa construir mais, para seguirmos gerando empregos, melhorando a vida das pessoas e seguir mostrando ao alagoano, que diferentemente do passado, estado violento, desemprego e analfabetismo altos, e nós viramos essa página. Somos o estado que mais reduziu a violência na década, o que mais avançou na educação e sobramos a renda do trabalhador nos últimos dez anos.
O biocombustível será produzido com resíduos do açúcar como matéria-prima, e de 50 milhões de m³ de biometano por meio da vinhaça (resíduo líquido resultante da destilação do caldo da cana-de-açúcar).
Devido a oferta de gás natural e uma política estadual de incentivos fiscais favorável, Alagoas foi escolhida, estrategicamente, para Alagoas para sediar o Complexo. Para o governador Paulo Dantas, o estado se consolida como referência no desenvolvimento econômico verde. “Com sua abordagem inovadora, a EXYGEN I coloca Alagoas na vanguarda da energia sustentável. Estamos atraindo indústrias que demandam energia limpa e acessível, consolidando o estado como referência em desenvolvimento econômico verde,” afirmou.
“Vamos integrar uma cadeia produtiva madura a um conceito inovador de transição energética, que trará um ganho de eficiência tanto em custo quanto em emissão de carbono. Esse é um modelo de negócios pioneiro, que viabilizará soluções e oportunidades para que uma indústria de base limpa e moderna se desenvolva na região.”, explica Bernardo Gradin, CEO da GranBio, controladora da EXYGEN I, acrescentando que o Brasil é o lugar certo e o mais comprometido para uma transição energética eficaz e eficiente.
A próxima etapa do projeto inclui, a partir do ano que vem, a produção de biogás e CO₂ biogênico — dióxido de carbono originado da decomposição de matéria orgânica —, a produção de biofertilizantes e com uma expansão futura para a produção de e-Metanol, um combustível sintético de última geração que atenderá a setores de difícil eletrificação, como o transporte marítimo.
A expectativa é que a operação completa da EXYGEN I gere 510 empregos diretos e mais de 1.200 postos de trabalho durante as obras das fases subsequentes. O complexo vai demandar investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão nos próximos quatro anos.