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Concessões de transporte somam investimentos de R$ 71 bi em dois anos de Lula

Valor a ser investido em estradas e portos supera marca registrada no primeiro biênio de Bolsonaro

03/01/2025 às 12h23
Por: Julita Bittencourt Fonte: Folha de São Paulo
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Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega à metade do atual ciclo contabilizando 9 concessões de rodovias e 18 leilões de terminais portuários realizados entre 2023 e 2024.

Ao todo, conforme informações reunidas pela Folha, essas 27 concessões feitas pelo Ministério dos Transportes e pela pasta de Portos e Aeroportos somam investimentos diretos de R$ 71 bilhões em obras estruturantes.

A cifra não inclui valores atrelados à manutenção ou fiscalização, nem repactuações e otimizações de contratos antigos. Trata-se de concessões novas, ocorridas na área de infraestrutura logística.

No primeiro biênio do governo de Jair Bolsonaro (2019-2020), conforme dados oficiais divulgados à época, houve um número maior de leilões, com oferta de 36 ativos (rodovias, ferrovias, portos e aeroportos), mas atrelados a projetos de menor porte.

Reunidos, os leilões somaram R$ 34,1 bilhões em investimentos. Esses dados já consideram valores corrigidos pela inflação até novembro.

O volume alcançado nos dois anos iniciais do petista é mais que o dobro do que foi realizado em período equivalente na gestão Bolsonaro. Apesar disso, sob Lula, até o momento, houve poucos avanços nas áreas de aeroportos e ferrovias.

A guerra dos martelos no setor de infraestrutura contrapõe Lula ao governador de São Paulo e então ministro de Infraestrutura de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas. Citado como potencial presidenciável em 2026, ele ganhou notoriedade como bom gestor quando esteve à frente das concessões logísticas, que ficavam concentradas em sua pasta.

A maior parte das concessões realizadas pelo governo Lula ocorreu em 2024, sendo sete leilões de rodovias. Somados a outros dois leilões de 2023, a gestão federal fez nove concessões de estradas, com um total de 4.300 km de extensão de rodovias repassado para a gestão privada. Nos quatro anos de gestão Bolsonaro, seis rodovias foram concedidas.

É no setor rodoviário que estão concentrados os grandes investimentos. Ao todo, as concessões de estradas feitas em 2023 e 2024 somam R$ 66 bilhões para serem usados em obras de duplicações, ampliações de faixas e construção de contornos, ao longo dos 30 anos dessas concessões.

Se considerado o montante previsto para manutenção e fiscalização dessas rodovias, são mais R$ 45 bilhões destinados a 4.300 km, ao longo do prazo de concessão.

"O ano de 2024 foi um dos melhores períodos dos últimos anos neste setor. São sete leilões de rodovias só neste ano, contra seis feitos nos quatro anos do governo anterior. E vamos seguir adiante com esse movimento em 2025, mirando, principalmente, as repactuações de contratos antigos e que acabaram em desequilíbrio financeiro", disse à Folha o ministro dos Transportes, Renan Filho.

Procurado, o governador Tarcísio não quis comentar o assunto. Em 2020, ele chegou a prever 44 leilões de portos, aeroportos e rodovias. A pandemia da Covid-19, porém, teve impacto direto nos planos e aquele ano acabou com apenas nove concessões.

No Ministério dos Portos e Aeroportos, foram feitas 18 concessões portuárias em 2023 e 2024, com R$ 4,9 bilhões de investimentos contratados. "Desde a lei dos portos, que é de 2013, até o ano de 2022, foram dez anos para realizar 45 leilões. Isso dá uma ideia da retomada do setor, além do que já estamos preparando para os dois anos seguintes. Vamos superar o que se fez em uma década e concluir 55 leilões portuários no governo Lula até 2026", afirma o ministro Silvio Costa Filho.

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