Domingo, 09 de Fevereiro de 2025
25°

Tempo nublado

Maceió, AL

Cidades Bairros isolados

Prefeitura de Maceió e Braskem devem apresentar parecer técnico antes de demolições

Medida dos MPs busca aval técnico e jurídico para demolições em bairros afetados pela exploração de sal-gema

20/12/2024 às 14h42 Atualizada em 20/12/2024 às 14h58
Por: Redação Fonte: MPF
Compartilhe:
Foto: Alisson Frazão/ Secom Maceió
Foto: Alisson Frazão/ Secom Maceió

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) expediram recomendação conjunta à Defesa Civil de Maceió e à Braskem para garantir maior controle e transparência na realização de demolições emergenciais em áreas atingidas pela subsidência nos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol, em Maceió/AL.

Os órgãos pedem que a Defesa Civil de Maceió quando solicitar demolições emergenciais, apresente um parecer técnico sobre a existência de risco, que deve ser submetido ao prévio e expresso aval dos Ministérios Públicos. O documento deve incluir a relação das ruas afetadas, a quantidade de imóveis envolvidos e a delimitação do perímetro em mapa.

Já a Braskem, antes de executar demolições emergenciais solicitadas pela Defesa Civil de Maceió, devem apresentar os mesmos elementos citados acima, acrescidos de informações sobre imóveis que devem ser preservados ou cuja indenização ainda esteja em discussão judicial ou extrajudicial.

Segundo os MPs, a mineradora e órgão municipal têm o prazo de 10 dias para informar formalmente se adotarão as providências recomendadas, bem como detalhar as medidas que estão sendo adotadas para seu cumprimento.

Entenda

A subsidência que atinge parte dos bairros mencionados é consequência da exploração de sal-gema pela Braskem. Esse processo provocou rachaduras em imóveis, comprometendo a infraestrutura urbana e colocando em risco a segurança da população.

Desde 2019, diversas medidas foram pactuadas entre os Ministérios Públicos, a Defensoria Pública, o Município de Maceió e a Braskem para desocupação das áreas de risco, reparação dos danos e preservação do patrimônio cultural, histórico e ambiental. No entanto, as demolições continuam sendo realizadas, muitas vezes sob justificativa emergencial, ocorrendo sem a devida conclusão do licenciamento ambiental e sem aval prévio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), responsável por avaliar o impacto no patrimônio cultural.

A recomendação visa assegurar que as intervenções sejam realizadas com o devido respaldo técnico e jurídico, garantindo a proteção da memória e do patrimônio cultural, além de prevenir danos irreversíveis.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários