Matou, trocou a camisa suja de sangue e voltou a atender normalmente os clientes no estabelecimento comercial. Essa atitude teria sido de Ricardo Gomes de Araújo da Silva, um dos acusados de matar e carbonizar o corpo do auditor fiscal João de Assis Pinto, conforme o relato de uma das testemunhas ao júri popular que ocorre nesta quinta-feira (31).
O julgamento das cinco pessoas de uma mesma família que são acusadas da morte do auditor fiscal começou na manhã de hoje no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió. O júri só deve terminar amanhã (1º), tendo em vista que estão previstas 34 testemunhas.
No banco dos réus estão os irmãos Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo da Silva e João Marcos Gomes de Araújo, também a mãe deles Maria Selma Gomes Meira. Além deles, Vinicius Ricardo de Araújo Silva.
O Ministério Público Estadual divulgou o trecho do relato de uma das testemunhas, que à época era menor de idade.
"Disse que Ricardo e Vinicius teriam matado, que o Ricardo pegou uma moto e o chamou para ir à um posto de gasolina, depois da Ufal, comprar gasolina para um vasilhame de cinco litros. Disse que ele presenciou o Ronaldo arrastando a vítima [João] pelo braço e o Ricardo segurando pelos pés. Que ele estava fazendo uma entrega quando o Ricardo chamou o irmão João Marcos para ir ao estabelecimento", diz o relato.
A testemunha também contou que ouviu os gritos de pedido de socorro da vítima.
"Ele, o menor à época, ouviu os gritos de João de Assis dizendo: "Socorro, meu Deus"! Depois silenciou. Depois do crime, o Ricardo tirou a camisa suja de sangue, vestiu outra e continuou a atender normalmente como se nada tivesse acontecido", diz o testemunho.
Ainda segundo o depoimento, a mãe, Maria Selma, e o pai dos acusados chegaram no local depois, além de Vinicius foi quem dirigiu o carro que levou o corpo de João de Assis.
O Ministério Público de Alagoas pedirá pela condenação por crime triplamente qualificado, por meio cruel, motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O caso
João de Assis, à época com 62 anos, foi brutalmente assassinado, teve o corpo queimado e desovado em um canavial.
O auditor fiscal cumpria seu papel de servidor público e teria incomodado os donos do “Ponto 29”, localizado no conjunto Cleto Marques Luz, no Tabuleiro do Martins, em Maceió, que o mataram por encontrar possíveis irregularidades fiscais em seu estabelecimento comercial.
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