O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), foi denunciado por violência doméstica e violações de direitos humanos contra a ex-esposa Jullyene Cristine Santos Lins. A denúncia foi levada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em Washington, conforme a colunista Jamil Chade, do Uol.
Segundo a reportagem, o objetivo da defesa de Jullyene Cristine é que o processo seja encaminhado para a Corte Interamericana. O tribunal regional, reconhecido pelo Brasil, poderia emitir uma sentença que obrigue o estado a atuar no caso, conforme a colunista.
Ambos iniciaram o relacionamento amoroso em 1997 e romperam em 2006 quando as supostas agressões começaram.
Petição contra o Estado brasileiro
Com mais de 140 páginas, a petição apresentada pela defesa de Jullyene é contra o Estado brasileiro. O documento pede que as autoridades nacionais protejam a suposta vítima e solicita uma indenização de R$ 1 milhão ao Estado, devido à ação que teria "invisibilizado" a situação da ex-esposa do político. A petição também traz laudos médicos e depoimentos de testemunhas.
Outra parte do documento ainda diz que a ex-mulher de Lira foi chamada para prestar depoimento à Polícia Federal em operações contra a corrupção, como a Taturana (2016) e Lava-Jato (2019). No entanto, o Ministério Público de Alagoas disse que "não poderia protegê-la" no território do estado.
Ainda de acordo com a reportagem, em junho deste ano, Lira pediu ao STF para retirar do ar entrevistas da ex-mulher sobre as acusações. O ministro Alexandre de Moraes chegou a determinar censura, mas depois revisou a decisão e entendeu que algumas matérias foram publicadas há mais tempo e não eram ataques contra o presidente da Câmara.