O delegado Daniel Mayer foi afastado de suas funções na Polícia Civil de Alagoas após ser preso pela Polícia Federal, enfrentando acusações de fraude processual, violação de sigilo e abuso de autoridade relacionadas à investigação da morte do empresário Kleber Malaquias. A portaria Nº 4359/2024, assinada pelo delegado-geral Gustavo Xavier, entrou em vigor na terça-feira (24), suspendendo Mayer de seus cargos, que incluíam posições em diversos distritos policiais e na Delegacia de Repressão ao Narcotráfico.
Na segunda-feira (23), o pedido de habeas corpus da defesa foi negado pelo juiz Alberto Jorge Correia de Barros Lima. O magistrado considerou que a conduta atribuída ao delegado era grave, pois, segundo o Ministério Público, Mayer teria manipulado provas para direcionar a autoria do homicídio de Kleber a um indivíduo já falecido, isentando um corréu já pronunciado. Essa decisão reforça a seriedade das acusações e a necessidade de manter a prisão preventiva.
Além disso, no dia da prisão de Mayer, a Justiça determinou o adiamento do júri popular do caso de Kleber Malaquias, que seria realizado em setembro de 2024. O pedido de adiamento foi acatado pelo juiz Braga Neto, atendendo à solicitação do Ministério Público. O julgamento agora está marcado para o dia 17 de fevereiro de 2025, refletindo a complexidade do caso e a importância das investigações em andamento.
O crime em questão ocorreu em 15 de julho de 2020, dentro de um bar em Rio Largo, onde Kleber foi atraído sob pretexto de uma conversa política. O policial militar José Mário, então pré-candidato a vereador, foi um dos envolvidos, e Fredson José é acusado de efetuar os disparos que levaram à morte da vítima. Kleber já enfrentava constantes ameaças devido a suas denúncias contra políticos e autoridades locais, evidenciando o ambiente de tensão e risco que cercava sua vida.