A estrutura do Emissário Submarino de Maceió, situado na Avenida Assis Chateaubriand, em Maceió, está sofrendo grande erosão deixando a integridade do local ainda mais preocupante para autoridades. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL) realizou uma visita técnica para avaliar a situação na terça-feira (24).
Após a vistoria, os especialistas alertaram que o emissário precisa de medidas urgentes, conforme explica o presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-AL), Marcelo Daniel.
“Existe um alto grau de risco aqui. A situação está de tal forma que não existe mais garantia de estabilidade. A erosão é grande, a estrutura está desgastada e segue sustentada apenas pelo todo, podendo ruir a qualquer momento. As providências têm que ser urgentes”, explicou.
Agliberto Costa, engenheiro especialista que também acompanhou a vistoria, confirmou a gravidade da situação e listou alguns pontos de atenção.
“Todo o encamisamento dos pilares de sustentação já está totalmente precário, há furos que não foram vedados e que aceleram a ação da água e do sal e o guarda-corpos já está deteriorado. É um conjunto de fatores que denuncia, de forma alarmante, o caráter de urgência que há aqui”, alertou Agliberto.
Para o presidente do Crea-AL, Roberto Jorge, a visita buscou ser fruto de uma atuação direta da entidade no caso, já que o interesse público levantou grandes questões quanto a segurança da construção.
“Sentimos a necessidade de tomar esta iniciativa de convocar o corpo técnico do Ibape-AL para avaliar os devidos riscos, dada a gravidade da situação que nos foi passada. Os especialistas agora reunirão tudo que foi apurado e elaborarão um relatório técnico que será encaminhado às autoridades como o Ministério Público, a Prefeitura de Maceió e a própria BRK”, revelou Roberto Jorge.
A estrutura
Inaugurado em maio de 1989 pela Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), o Emissário Submarino de Maceió é um sistema destinado a lançar os esgotos sanitários para além da costa, aproveitando a vasão do oceano para realizar um despejo descentralizado.
Dados da BRK, atual administradora, indicam que a estrutura possui 3.6 quilômetros de comprimento, sendo 600 metros de tubulação aérea que leva e dilui as impurezas a uma profundidade mínima de 15 metros.